
Na sequência, encerramos a aula.
Blog acadêmico da disciplina Técnicas de Reportagem, Entrevista e Pesquisa do curso de Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo - da Universidade de Uberaba.
Essa mensagem só interessa a quem assistiu o Profissão Repóter de ontem, dia 22/09. Mas, para que não assistiu, segue o link dela no youtube:
http://www.youtube.com/results?search_query=profiss%C3%A3o+reporter+22%2F09&search_type=
1h21 da madrugada e, até agora, o programa intitulado "Violência entre casais" recebeu nada menos que 65 comentários, muitos criticando seriamente a condução da pauta.
Eis o comentário de número 61 postado pela professora Cintia.
Bom dia, ótima equipe do Profissão Repórter. Sou jornalista e professora universitária e, embora Telejornalismo não seja minha área, gostaria de fazer algumas considerações. O programa desta terça-feira estava meio desconexo, para não dizer, superficial. Jamais critiquei, para os meus alunos, as excelentes pautas de ótimas reportagens feitas pelo Profissão Repórter, mas hoje vai ser diferente. Não houve - no meu entendimento - unidade no programa. Para mim, o gancho não ficou claro, as histórias estavam fragmentadas demais e o objetivo do programa (seja qual for) não foi atingido. Tinha extrema expectativa sobre a abordagem desse tema, pois minha mãe e eu fomos vítimas de um marido e pai violento durante ANOS a fio. Essa violência deixou sequelas terríveis em nossa família e o agressor, meu pai, jamais foi punido, até porque, na época, a Lei Maria da Penha nem existia, assim como não existiam as chamadas "Delegacias de Defesa da Mulher".Assistimos (eu, minha mãe e minha filha, de 14 anos) juntas ao programa e, quando terminou, nos entreolhamos e perguntamos: "E aí?". Não posso esconder minha decepção com a cobertura de um tema tão atual e importante e, por isso, escrevo esse comentário pedindo um esclarecimento didático para mim e meus alunos. Realmente - se fosse possível - gostaria que a equipe esclarecesse melhor a construção da pauta do programa para que nós, jornalistas ou meros espectadores, pudéssemos entender o objetivo da equipe. Li várias críticas publicadas até agora sobre o programa e, infelizmente, concordo com muitas. Além de jornalista, sou uma entusiasta do trabalho de Caco Barcellos, referência indispensável no curso de Jornalismo em virtude de seus ótimos livros (Abusado e Rota 66) e do trabalho sempre pautado pela ética e apuração detalhada. Mas, desta vez, lamentavelmente seus jovens repórteres não conseguiram passar bem a mensagem a qual se propuseram. Deixo meu abraço e meu respeito a todos. Até a próxima!
O que vocês acharam do programa? Aguardo mensagens a respeito...
Segue abaixo o artigo da jornalista Adísia Sá (foto) que a professora Cintia citou em sua aula.
22 de Setembro de 2009 - 9h51
Adísia Sá - Quem tem medo do diploma?
A Câmara dos Deputados promoveu quinta-feira, 17 do corrente, uma audiência sobre a obrigatoriedade do diploma para o exercício profissional de jornalista. Como não acredito em coincidência, lá não compareceram representantes do Supremo Tribunal Federal, Associação Nacional de Jornais e Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão. Temiam o quê?As discussões seriam em dependência da Câmara, ante membros de comissões temáticas e delegados dos jornalistas. A fuga foi prova de que a cidadela sabia da fragilidade de suas munições.
Em artigo publicado neste mesmo espaço, apontei algumas das contradições do empresariado da Imprensa brasileira navegando contra a história, renegando o princípio básico do sistema econômico que o sustenta, abrindo as baterias contra o lucro & representado pela oferta da mão qualificada feita pelas escolas de jornalismo. Fechando as portas ao trabalhador especializado em tarefas cada vez mais segmentadas no processo produtivo jornalístico, o empresariado da comunicação dá as costas a outros industriais, cuidadosos na formação de seu pessoal: CNI, criada a 12 de agosto de 1938, administra o Senai, o Sesi, o Instituto Euvaldo Lodi (IEL) ...CNC , nascido a 10 de janeiro de 1946 instalou escolas de aprendizagem comercial, todos em função de suas atividades.
O empresariado da comunicação reconhecerá a importância, principalmente econômica, do graduado em Jornalismo. A necessidade é imperativa e, à semelhança de outros segmentos empresariais brasileiros, abrirá as redações ao trabalhador especializado, pronto para o consumo e, infelizmente, a baixo custo...
A exigência do diploma de jornalismo , queiram ou não os empresários, será votada e aprovada no Congresso Nacional, onde a expressiva maioria dos senadores e deputados proclamaram abertamente o seu aval ao Projeto de Emenda Constitucional. Veremos, sim, veremos ANJ e Abert & sob as vistas do STF- recebendo em suas redações os jornalistas graduados das escolas de Jornalismo...
Adísia Sá é Jornalista